segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

SHOW DO MAIDEN

Esqueçam essa história de que todo mundo deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro antes de morrer. Pra olhar prá trás na hora de encontrar São Pedro e poder dizer que a vida foi awesome, nêgo tem que ter visto o Iron Maiden.

O show foi no Acer Arena, que fica na vila olímpica de Sydney, e mais ou menos 5 e meia da tarde a gente se mandou pra lá de trem. Minha dúvida cruel era o que vestir, porque trouxe 15 pares de sapatos, mas cheguei à conclusão de que deveria ter trazido era mais roupa. Acabou que fui sem brilho, sem maquiagem, e com uma sandália que, surpresa, tava me machucando.

Chegando lá, era tanta gente. Tanta gente de preto. Olha, ser metaleiro é uma coisa muito sem graça, no final das contas. Você não tem com o que brincar, entendem? É camiseta preta de malha com a estampa de alguma banda, jeans, e tênis ou bota. Eu detesto usar tênis. Tênis foi feito pra fazer ginástica. Sério, como todo respeito pela Cris, que é fã de carteirinha deles, não sou ninguém sem um par de sandálias.

Mas eis que tive que ir com meu jeans e a única blusa simples o suficiente pra ocasião - e calhou dela ser o quê? Preta. Me senti cheque. Pelo menos o próximo show é do Black Crowes, porque eles têm uma vibe hippie (que eu nem curto muito mais, só pra deixar bem claro), e aí sim eu vou poder me enfeitar decentemente.

O estádio era grande, ficamos num lugar ótimo, com uma boa visão do palco. Mas infelizmente não perto o suficiente pra eu oferecer meu corpo pro Bruce Dickinson. E eu tenho certeza de que qualquer pessoa ali dentro daquele estádio, homem ou mulher, ofereceria pro Bruce seu pedacinho especial (se é que vocês me entendem) com muito prazer.

Quando chegamos tava rolando o show da Lauren Harris, filha do Steve (baixista do Maiden e segundo homem pra quem eu daria na banda). Um porre. Tipos, a garota ficava se esfregando nos músicos, fazendo poses de pole dancer, e eu só conseguia ficar imaginando que se aquele show fosse no Brasil nêgo estaria gritando pra ela coisas do tipo "chupa aqui, ó" e "senta aqui no meu piru". Porque era esse o tipo de show que ela tava dando.

Eu olhava pra todo mundo ali me sentindo totalmente peixe fora d'água. O que tinha de gente perdida nos anos 80. Hilário. Vi gente com cortes de cabelo que só podiam ser perucas. E piada. Uma coisa diferente é que perto de mim tinha pelo menos 5 crianças, uma delas com no máximo uns 8 anos. Os pais vocês podem imaginar, né.

Aí começou o show seguinte, de uma banda australiana chamada Behind Crimson Eyes. Eu tava louca pro Maiden começar logo, não queria ver mais um show de túnel do tempo antes da atração principal, não tinha saco. Porque agora eu sou outra pessoa, né. Tipos, fui metaleira na escola porque queria beijar na boca dos garotos que tinham banda (e foi assim que o Iron Maiden entrou na minha vida - e esse amor é pra sempre, me desculpem aí), depois, na faculdade, queria dar pros maconheiros do ICHIF (Instituto de Ciências Históricas Sociais e Filosofia da UFF), então entrei numa vibe neo-hippie, ouvindo muito Led Zeppelin, The Doors, e tals. Mas gente, esse corpo aqui tem 34 anos, I moved on, ok. O Maiden tá aqui no coração e Janis Joplin às vezes pode até ser legal, mas no way que eu vou sair por aí que nem uma hippie, ou, bem pior, vestida de malha preta, acessórios com tachinha, e stonewashed jeans with matched jacket.

Mas voltando pro Behind Crimson Eyes (adorei esse nome), eles tavam pra começar o show enquanto eu pensava em todas essas coisas aqui em cima (e também em como devia se sentir o Steve Harris vendo a própria filha de 20 anos se relando com o microfone no palco), e me perguntava exatamente o que eu estava fazendo ali. Aí a banda começou os primeiros acordes da música de abertura do show deles, e eu comecei a rir. Sabem aquela coisa suuuupeeeer datada, vocal black metal (ou seria death metal?), sons guturais saindo da garganta do cara, guitarras destorcidas, e tals. E eu ri, né, fazer o que. Já que tava ali, me permitam pelo menos zoar.

Mas, segundos depois, gentem, algo aconteceu. Eu senti uma coisa diferente, uma cosquinha, parei pra pensar, e... percebi que estava gostando daquilo...! É estranho demais pra vocês? Não sei se foi memória afetiva ou se foi porque o vocalista da banda era tipo muito super hot, mas o fato é que comecei a curtir o show da banda. Sentadinha, com minha clutch amarela no colo, claro. E sem bater cabeça.

Não encontrei a apresentação dos caras no youtube, mas achei o vídeo da tal música (The Black Veil) no site deles. Deixem passar uns 60 segundos e me digam se não dá vontade de dar pro cara, digo, de pular no palco e dar pro cara:




Aí, depois de umas 5 músicas, a voz do gato acabou, claro, e, conseqüentemente, o show também. E começou a espera pelo Maiden. Quando começou foi o delírio. Gente, e eu que pensava que não tinha forma do Bruce ficar mais gostoso, mas ele vive me surpreendendo. O cara é um coroa de mais de 40, como é que ele pode ter aquele corpo inacreditável? Deve comer muita roddie. E muito roddie também (não se esqueçam de que ele é inglês). Ai, como eu queria ser roddie do Maiden.

O show foi maravilhoso, o Bruce é muito showman, então sabe exatamente o que fazer (teve uma hora que ele deu um esporro em alguém que tava ali perto fumando, e foi muito engraçado; You can kill yourself, mate, but please give ourselves a chance. Bem feito. E, coisa que acho que por aqui só a Marion e o Wally vão entender, mas perto do final do show o Eddie apareceu! Quis morrer por não ter levado minha câmera. Eu tinha que ter uma foto com o Eddie lá no fundo!

Enfim, cantei junto todas as músicas, despiroquei com Wasted Years e com The number of the beast, mas fiquei social o tempo todo. Em pé, mas social. Coloquei esse vídeo aqui pra vocês terem uma idéia de onde eu tava (fiquei um pouquinho mais à esquerda, tem horas que a câmera vai na minha direção, mas é rápido e escuro, não dá pra me ver):




Lembrança pra vida. Aiai.

8 comentários:

Vivien Morgato : disse...

adorei te ver de volta!
na austrália???????

Andrea disse...

Tinha muito homem?

A Jana e o Ti disse...

ana, desculpa, mas eu não ia escutar esse griteiro nem mooooooooooooorta! ouço de graça, sem gastar dinheiro: só botar uma blusa decotada e sair sem Ele e, claro, contar pra Ele o que fiz.

fabiana disse...

Hahahahaha

Adorei a narrativa!

Marion disse...

Ana, show de rock é tuuuuuudo de bom! Nunca vi o Iron ao vivo. Eles vem tocar aqui em SP, mas Wally desanimou e nem comprou o ingresso. Mas eles sempre voltam, então há motivo para desespero. Depois deste post fiquei com vontade de vê-los ao vivo.
Ah, acredita que eu tenho MEDO do eddie? ahahah Acho que gritaria ( de medo!) se visse ele ao vivo!

Ah, em show de rock eu vou bem a vontade, jeans, camiseta e o tênis mais confortável que eu tiver. Sem chance de eu me empetecar.

Em casa eu vejo os vídeos... :)

É, sua vida do outro lado do munto tá tudo de bom! Beijão!

Ana disse...

Vivien, bom te ver também! E sim, em Kangarooland!

Battle, vc não leu? Só tinha homem, fia. Tudo projeto pobre de Jon Bonjovi.

Jana, nem foi tão griteiro assim. Tipos, foi alto, mas foi bom. Demais!

Fabi, vc ia adorar ainda mais ver o Bruce ao vivo! rs

Marion, eu realmente prefiro o Eddie mais tosco - o que apareceu é uma mistura de Powerslave com Somewhere in time, muito sofisticado pro meu gosto. Mas medo do Eddie? O Eddie é nosso amigo! rs

Marion disse...

Ana, Wally acabou de ler o post. Adorou! Mas ele está desolado pq ele não pode ler o seu blog e muito menos comentar aqui...Está se sentindo excluído da turma!

Você tem que dar um jeito nisso... ehehe

Beijos

Ana disse...

querida, eu cheguei a procurar o email dele no blogger, mas ele não deixou nos contatos, e não tenho o orkut dele... Sempre me esqueço de te deixar um recado pedindo o email do maridón. Manda pra mim, ok?