DEPOIS DAQUELA PRAIA

Depois resolvemos voltar pra Circular Quay, porque Leo queria ir numa agência pra fechar uma excursão pra Melbourne. Parece coisa de velho, mas deve ser legal: o ônibus vai parando em vários lugares até chegar lá (a viagem dura 2 dias ao invés de 9 horas). Bom, eu gosto de programa de velho. Ficar confortável e dormir numa hora razoável é tudo o que quero da vida.

De lá a gente tinha combinado de ir ao Rocks (bairro ali do lado) e depois ao Olympic Park. Mas meu pé disse não.

(Explico: meu pé esquerdo é temperamental. Enquanto o direito diz "simbora em frente, que atrás vem gente e ainda dá pra eu andar mais uns 20 quilômetros", o esquerdo diz que não consegue caminhar nem 2 minutos. Dói demais na lateral, demais. Tive esse problema uma vez, fui ao médico, ele disse que era tendinite, me passou um remédio e recomendou repouso. Hora, se eu gastei esse absurdo de passagem pra vir pro outro lado do mundo, não foi pra eu ficar de repouso porque meu pé esquerdo resolveu dar chilique, certo? Então que o preço seja voltar de gesso pra Niterói, mas me dá aí mais um voltarem e bora pro Olympic Park.)

Isso e também porque eu não queria que o Leo achasse que eu sou a pessoa mais fresca do mundo. Não queria que ele descobrisse assim logo de cara, pelo menos. Aí agüentei firme em Bondi. Agüentei firme em Circular Quay. Mas quando ele falou de novo em Olympic Park, olha, tive que ser sincera. Meu, não consigo nem chegar naquele banco.

E já era bem umas 4 horas, ele ia viajar cedinho no dia seguinte e ainda queria sair de noite, e é legal ir no Olympic Park fim de semana, aí ele me disse que tudo bem, que a gente deixava pra outro dia. Respirei aliviada. Mas antes de dizer "ok, então vou nessa", ouvi o fofo dizendo "ok, então vamos lá passear em Rocks, e depois a gente vai nessa". Gente, eu chorei por dentro, juro. Mas a caraça ficou intacta. Bora pro Rocks.


(The Rocks é considerado o bairro onde começou a colonização em Sydney. É bem pequenino, e todas as construções são assim, fofuscas, contrastando com os arranha-céus da city)


(Leo tirou foto minha na máquina dele, eu tirei foto dele na minha máquina, então só tem foto de Leo agora. Aliás, dica pra vida: super vale a pena dar uns trocados pra comprar memória extra pra máquina digital, viu. Posso tirar mais de 3 mil fotos agora, sem descarregar. Claro que, pra ter certeza de que poderia tirar tanta foto, precisei investir numa bateria extra também, mas, ei, agora posso ser tão turista japonesa quanto qualquer outro turista japonês por aí)


(paradinha no Fortune of War, o pub mais antigo de Sydney. Fui lá com Erick na minha primeira visita à cidade, e foi uma coisa estranha voltar lá com Leo. Estranha porque apesar do Rocks só ter duas ruas, e eu ter certeza de que estava na rua certa, não conseguíamos encontrar o pub. Andava pela calçada e não me lembrava da localização exata de jeito maneira. Mas sabia que era ali porque me lembrava de todas as outras lojas - Burberry's, Gucci, Ralph Lauren, Dior, Louis Vuitton...)


(pra fechar o dia, eu e Leo, em frente a Sydney Harbour, fechando um dia muito legal. Na próxima vez a gente chega até o Olympic Park, juro!)

ps1: a história do meu pé é séria mesmo. Tenho pé cavo, que é tipos uma anomalia (o contrário de pé "chato", ou raso) que faz com que a estrutura do pé (a parte do meio da planta) seja elevada. Com isso, o pé não dispersa bem o impacto quando eu caminho, e meu (pouco, pequeno, mínimo) peso tende a ser colocado todo na lateral. Quando criança, eu só andava nas pontas dos pés - mamãe achava tão bonitinho que me colocou no balé, mas eu tinha era um problema, cacete!

ps2: culpar os pais por tudo não é um absurdo.