Quinta também foi a primeira vez que eu saí sozinha, me, myself and I. Precisava desesperadamente de dois casacos muito específicos: um que não esquentasse nada, e um que esquentasse de verdade. Acontece que meus casacos, nenhum deles, serve pro clima de Sydney: de dia a gente tem a sensação de frio, mas é por causa do vento (então, precisava de um wind-breaker, que não esquenta, só protege os braços), e de noite esfria igual o cão, tipo menos 10 graus em 10 minutos (e meu casaquinho só serviu pra ajudar a congelar meus ossos na volta do Show do Iron Maiden). Aí fui embora com a grana da semana pra torrar no shopping - melhor programa ever!
Tirando o problema que tive na hora de comprar o ticket de trem (a máquina só aceita 10 moedas no máximo, e eu queria me livrar de 3 dólares em moedas de 10 centavos...) e o fato de ter escolhido minha bota de camurça rosa pra rodar no shopping em busca de um casaco (a bota já tava me matando antes de eu chegar na estação de trem), correu tudo tranqüilamente.
É ao mesmo tempo refrescante e amedrontador estar num lugar em que as marcas não te dizem absolutamente nada. Claro que estou mentindo, porque encontrei um moleton Calvin Klein muito fofo, e camisetas do Tommy Hilfiger que eu simplesmente preciso pra viver, mas, de um modo geral, podia entrar em qualquer loja que me desse na telha, porque não tinha a menor idéia de qual delas correspondia à Folic e qual correspondia à Pixação.
Erick me disse pra procurar o casaco na Target, que costuma ter uns preços melhores que a David Jones (que é uma espécie de Daslu da classe média daqui), mas eu não conseguia encontrar a loja no shopping - e tava com medo de perguntar pra alguém porque, convenhamos, vai que Erick tava me mandando pra Impecável Maré Mansa (na verdade, é mais como uma Leader onde vende chocolate).
Rodei bastante, repetindo incessantemente pra mim mesma que não, que meu pénão estava doendo, e acabei encontrando a loja no terceiro piso, lááááá no final do shopping. E nada tinha que me interessasse por lá. Achei tudo caro e vagabundo - a Leader é melhor, se vocês querem saber. Mas não queria pensar que tinha passado por todo aquele sofrimento por nada, então nada mais natural do que sair de lá com dois chapéus:
Em relação aos preços, geralmente as coisas são caras por aqui, mas o bom é que tem sempre umas promoções incríveis: tipo, um dos chapéus custou menos de 4 dólares - originalmente, custava 17. Pra vocês terem uma idéia do tipo que gasto que se tem, vejam essas duas fotos:
Na primeira, dois esmaltes, um batom/gloss, um removedor de esmalte e um kit com hidratante, máscara purificadora e sabonete pro rosto. Foi minha primeira compra no shopping, logo assim que cheguei, e gastei quase 40 dólares (na verdade, metade disso, porque os cremes eu comprei com um giftcard que Erick ganhou do banco dele - aqui as pessoas apresentam um cartão sempre que fazem alguma compra, e com isso ganham descontos e giftcards o tempo todo). A segunda foto foi minha primeira compra de mercado, 23 dólares por suco de laranja, sorvete, biscoito, maçãs, iogurte, desodorante e um kitkat.
(Aliás, os mercados são uma perdição pra quem, como eu, é viciada em açúcar - ou em comida de uma forma geral. As porções de tudo são gigantescas. E preciso admitir pra vocês que voltei a ter um sonho que tinha muito quando era criança: me esconder de todo mundo e ficar trancada no supermercado depois que os funcionários fossem embora.)
No final, acabei decidindo ir no cinema assistir Juno, antes de tomar coragem pra voltar pros casacos. Pior do que pagar 5 dólares numa porção pequena de batata frita foi ver que a tal porção alimentava tranqüilamente uma família de seis. Desconto de estudante existe: ao invés de pagar 16 dólares no ticket de cinema, eu pago 12. Enfim, nem tudo é perfeito por aqui. Mas o filme é fofo. Assistam.
Voltei pro shopping, cheia de coragem, e acabei comprando os casacos na David Jones mesmo - um moletom em promoção, e um casacão bem gostoso. Não o Calvin Klein - resisti a ele com todas as minhas forças. Mas cheguei em casa chorando: foi caro pra quem tem o limite de crédito que eu tenho, e, voilà, quando peguei o trem de volta tava fazendo um calor do cacete.
Vai entender.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
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4 comentários:
Ter que entrar de loja em loja para descobrir a qualidade da roupa não deve ser mole. Trabalho duro mesmo.
E não é que a gente tem alguma coisa em comum! Eu a-do-ro a Folic. Mas não posso dizer o mesmo da Pixação. Passo longe.
Trabalho duro que eu adoouuro! Mas Gileade, claro que ninguém que eu conheça compra roupa na Pixação, néam...
Ana, comprar em um lugar diferente é mesmo assustador e delicioso. legal se deparar com tudo diferente.
:) Gostei dos chapéus.
brigada, Marion! Ontem já estreei o clochard! beijim
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